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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Monumento para imortalizar salvamento

Um residente estrangeiro no Algarve quer construir uma estátua que imortalize o momento em que três pescadores de Faro salvaram seis tripulantes do B-24, que se despenhou ao largo de Faro em 1943 (ver AQUI).

Esta possibilidade foi-me avançada há algumas semanas, através de um telefonema de Michael Pease, com o qual me tinha encontrado uma vez há muitos anos, por causa do velho bombardeiro.

Confesso que fiquei surpreendido com a ideia.

 Os três pescadores no barco que salvou os seis aviadores americanos.

Articulei o meu apoio, troquei uns poucos e-mails, mas com o decorrer do tempo não tinha voltado a reflectir sobre o caso.

Há umas duas semanas recebi novo telefonema… agora era o Bruno Filipe Pires do Jornal 123. Queria saber a minha opinião sobre esta ideia.

Pease continua empenhado em concretizar o projecto.

Iniciou uma campanha para reunir financiamentos e donativos. Envolveu a comunidade estrangeira residente na região e até já se encontrou com escultores.

Acredita que o monumento pode estar pronto dentro de um ano…

Inclino-me perante esta vontade… e fica o essencial da notícia do jornal 123:

Michael Pease recorda Jaime Nunes 

Residente inglês quer monumento aos heróis esquecidos 

Michael Pease, 82 anos, talvez um dos mais antigos residentes britânicos no Algarve, é um homem com uma missão: quer construir de raiz, um monumento à memória de Jaime Nunes e aos pescadores que na madrugada de 1 de Dezembro de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, salvaram 6 aviadores norte-americanos.

Faziam parte da tripulação de um PB4Y-1 “Liberator” da US Navy que se perdeu e acabou por amarar a poucas milhas ao largo de Faro, onde ainda hoje repousa. Pease ficou impressionado com este episódio, resgatado do esquecimento pelo jornalista Carlos Guerreiro. Apesar de Jaime Nunes ter sido homenageado em vida, em 1999, Peace acredita que é preciso deixar uma marca permanente deste salvamento.

Quando questionado se não é já demasiado tarde para um novo monumento, já que todos os protagonistas há muito que faleceram, Michael Pease responde com determinação. “Absolutamente, não! Para mim, que sou um hóspede neste país, penso que esta é uma história de heroísmo que não deve ser esquecida. E não apenas isso, penso que se for devidamente concebido e promovido, o monumento será mais uma atracção turística a somar na cidade de Faro. Isso é um factor importante nestes dias de recessão”, considera.

Foi há quase 70 anos que tudo aconteceu. Jaime Nunes pescava numa noite fria de inverno quando ouviu um grande estrondo no mar. Dirigiu-se para o local o mais depressa que conseguiu e puxou seis homens feridos da água gelada para o seu pequeno barco. Cinco outros aviadores não tiveram a mesma sorte e foram engrossar a lista de desaparecidos de uma guerra que deixou milhares sem sepultura conhecida.

O jornalista Carlos Guerreiro, autor do livro «Land in Portugal» e do blogue homónimo, ouviu esta história da boca do próprio Nunes, há mais de 20 anos.

Com o advento da Internet, publicou o episódio numa página de veteranos da II Guerra Mundial e houve alguém que revirou os arquivos americanos do exército e depois da marinha para descobrir o historial deste azarado voo.

Mais tarde recebeu uma cópia do relatório oficial do desastre e começou a procurar o paradeiro dos sobreviventes. Depois de muitas cartas enviadas para o outro lado do Atlântico, Guerreiro conseguiu localizar Lyle Van Hook em 1998.

Contou-lhe como se tinham perdido e, sem combustível, tentaram aterrar - noite cerrada - naquilo que pensavam ser uma praia...

Em Junho de 1999, com o apoio da Embaixada dos EUA, Van Hook e Ti Jaime encontraram-se pela primeira vez através de video conferência (de notar que ambos eram à data pessoas de idade e com problemas de saúde, o que tornaria praticamente impossível um encontro físico entre ambos).

O pescador de Faro recebeu uma placa de agradecimento da US Navy. E a história fica por aqui. Ou talvez não…

“A cada dia que passa, parece que a minha ideia atrai mais pessoas, mais respostas positivas e entusiasmo pelo que estou a tentar fazer. Mas não sou mais que o promotor do projecto. Se tenho um prazo? Sim. Tenho 82 anos de idade e espero acabar isto antes que o meu tempo acabe. Mas, brincadeiras à parte, e ao ritmo que as coisas avançam, penso que a escultura poderá estar pronta dentro de um ano”, diz Michael Pease, residente em Odiáxere.

Pease contactou três escultores para apresentarem ideias. Idealmente, o bronze seria o melhor material, embora outros materiais alternativos não estejam postos de parte, se permitirem poupar custos.

A escultura seria eventualmente em Faro, perto da doca, onde Jaime Nunes desembarcou com a tripulação caída.

(Para ler o resto do artigo clique AQUI)

Carlos Guerreiro

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Para ler mais sobre AVIAÇÃO clique AQUI.

1 comentário:

  1. Um epílogo bonito e merecido nesta História...Finalmente a merecida homenagem da cidade de Faro!

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