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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Um olhar "deles" sobre os "nossos" refugiados

A chegada de milhares de refugiados a Lisboa logo após a invasão da França mereceu atenção especial por parte dos órgãos de comunicação internacionais, especialmente jornais e agências noticiosas, que estabeleceram em Lisboa uma importante rede de correspondentes.

Os refugiados eram, simultaneamente, parte e veículo de notícias. As ruas da capital portuguesa cheias de estrangeiros refugiados mereceram longas colunas em vários jornais, tal como as informações sobre o que se passava nos países ocupados pelos alemães que eles também traziam na bagagem.

A utilização, em jornais portugueses, de artigos publicados em periódicos estrangeiros é uma constante ao longo do período da guerra. Podiam ler-se apontamentos sobre o desenrolar do conflito, mas também, reportagens ou notícias realizadas em e sobre Portugal.

Neste caso temos um extenso e detalhado artigo do “Daily Telegraph”, reproduzido no Diário de Lisboa de 2 de Abril de 1941, onde é descrito o ambiente que se vivia na capital portuguesa, mas também alguns esquemas utilizados pelos refugiados britânicos para tentar permanecer mais algum tempo no país…

Trocar o sol e a comida de Lisboa pelo Black Out e pelo racionamento de Londres não era grande opção.


Aproveitar estes artigos publicados no estrangeiros era também uma forma de ultrapassar as fortes restrições impostas pela censura.

O noticiário elaborado pelos correspondentes estrangeiros em Lisboa também passava pelos censores antes de ser encaminhada via telegrafo ou telefone para as redacções nos respectivos países. Estes parecem ter sido um pouco mais brandos.

Reproduzir estas notícias era uma garantia de que não só seriam publicadas na integra como também não existiriam problemas para as direcções…

Boas leituras
Carlos Guerreiro
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